Profissionais alertam para o perigo de "juntar as escovas de dentes"

Profissionais alertam para o perigo de "juntar as escovas de dentes"

Notícias - 27/06/2011

Juntar as escovas de dentes pode trazer mais problemas do que as pessoas imaginam. Não para o relacionamento do casal ou familiar, mas para a saúde das pessoas que insistem em armazená-las, juntas, em copos ou recipientes abertos sobre a pia ou no armário do banheiro.

A expressão, utilizada para classificar as pessoas que dividem a mesma residência, vem sendo utilizada pelos profissionais da Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic para alertar a população para os riscos à saúde da falta de cuidado com as escovas de dentes.

Os especialistas explicam que as cerdas expostas, sem a higienização correta ou próximas umas das outras, servem como ambiente fértil para a proliferação de vírus, bactérias e fungos causadores de cáries, gengivites e periodontite ou, ainda, agravar o quadro de outras doenças, como cardiopatias, pneumonias e o estado de saúde de pacientes que estão hospitalizados em UTI.

Professora especialista em Saúde Coletiva e Odontologia Preventiva da São Leopoldo Mandic, a dentista Flávia Flório orienta sobre a importância da limpeza, conservação e tempo de troca das escovas. "Após o uso, é importante lavar bem a escova com água corrente, secá-la preferencialmente com papel toalha e armazená-la em local seco, dentro de uma gaveta ou armário do banheiro. O ideal é usar protetores para as cerdas a fim de evitar o contato entre as escovas e a contaminação, situação comum quando elas são guardadas em um mesmo copo ou recipiente ou quando são transportadas em bolsas ou mochilas".

Para quem deseja complementar a limpeza das escovas, a profissional indica o uso de uma solução de clorexidina que pode ser comprada nas farmácias. "A sanitização das escovas pode ser realizada com uma solução antisséptica, conhecida como gluconato de clorexidina a 0,12%, que é eficiente para reduzir os microrganismos nas cerdas", orienta Flávia.

Bactérias nas escovas
Escovas não higienizadas corretamente e sem proteção favorecem o aparecimento de diversas bactérias, vírus e fungos, como os micro-organismos envolvidos na ocorrência da cárie dentária (Streptococcus do grupo mutans) e vírus da gripe, entre outros. "É importante frisar que dentro da boca já existem diversas bactérias, que vivem em equilíbrio. A transmissão de micro-organismos pela escova pode facilitar o aparecimento de problemas bucais ou outras doenças", explica a professora Cecília Turssi, pesquisadora da São Leopoldo Mandic.

"As escovas armazenadas na pia do banheiro ficam ainda mais expostas à diversas bactérias. A descarga no vaso sanitário, por exemplo, lança um spray de coliformes fecais em todo o ambiente. Milhões de bactérias podem ficam dispersas no ar por até duas horas. Desta maneira, quanto mais próximo o vaso sanitário estiver da pia, maior será a contaminação das cerdas das escovas que ficam expostas, alerta Flávia Flório.

Troca de escovas
No Brasil ainda existe o agravante do uso prolongado das escovas de dentes, mesmo quando as cerdas já estão gastas e abertas e, portanto, sem eficiência. Uma pesquisa da ABIHPEC - Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - revela que os brasileiros trocam as escovas em média a cada 18 meses, quando o ideal é fazer a substituição mensalmente.

"Deve-se levar em consideração fatores como o local onde a escova é armazenada, como é limpa, tempo de uso e estado de saúde dos usuários. Outro fator importante é a deterioração das cerdas. A partir do momento em que as cerdas começarem a se abrir como um leque, a troca deve ser realizada, pois além de machucar a gengiva, elas não removerão a placa bacteriana de maneira eficaz," orienta Flávia Flório.

Sobre a São Leopoldo Mandic
Melhor faculdade de Odontologia do Brasil pelo terceiro ano seguido, a São Leopoldo Mandic figura entre as 10 instituições de ensino superior do Brasil classificadas no Índice Geral de Cursos (IGC), divulgado pelo MEC.

Ao contrário das demais instituições de ensino superior de todo o Brasil, que iniciaram suas atividades com cursos de graduação para só depois implantarem cursos de pós-graduação, a Faculdade de Odontologia São Leopoldo Mandic começou a traçar sua trajetória de sucesso de forma inversa a estas, tendo como base a pesquisa.

Estruturada com laboratórios de última geração, salas de aula modernas e clínicas para o ensino prático da profissão, frequentemente a instituição serve de palco para que seus estudantes adquiram experiências enriquecedoras, além de fortes atividades de pesquisa e a prestação de serviços comunitários.