Pesquisa revela nova possibilidade de identificar estaturas humanas

Pesquisa revela nova possibilidade de identificar estaturas humanas

Notícias - 15/06/2011

 

Uma pesquisa realizada na Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP/Unicamp), pela cirurgiã-dentista Laíse Nascimento Correia Lima, constatou a possibilidade de identificar estaturas humanas por meio da medição de dentes superiores em ossadas.

Laíse testou um novo denominador no índice de Carrea, recurso já utilizado para este fim, a partir das medidas da arcada dentária inferior. “Os dentes inferiores se desprendem mais fácil em um acidente, já que a mandíbula não é presa pelo crânio, por isso a importância dessa identificação também pelos dentes superiores” justifica.

“Além disso, o índice de Carrea é de 1939 e precisávamos dessa atualização na odontologia legal”, analisa a pesquisadora que teve como orientador, o professor Eduardo Daruge Junior.

De acordo com Laíse, existem outros métodos para estimar a estatura por meio dos ossos longos, mas a mensuração da estatura pelos dentes é um assunto pouco estudado e referenciado. “Existem muitas ossadas nos diversos Institutos Médicos Legais do país que não são identificadas, então esse resultado pode significar uma grande contribuição”, analisa.

Metodologia
Os testes foram feitos com modelos de gesso de estudantes do curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba, com idades entre 18 e 30 anos. “Na primeira fase da pesquisa foram 107 modelos usados e na segunda etapa, para testar o funcionamento do método, foram 82”, conta a dentista.

Laíse estimou a estatura dos modelos a partir da mensuração dos incisivos central, lateral e canino do arco superior e também do inferior e identificou um novo denominador para o índice Carrea. Após muitas fórmulas matemáticas conseguiu um denominador apropriado que permitisse chegar aos valores de referência adequados às medidas dos dentes superiores e, então, comparou-os à estatura real previamente mensurada.

Para a pesquisadora, os números de acertos foram satisfatórios, ainda que seja necessário realizar outros estudos na área. “O sistema percial brasileiro precisa de técnicas mais simples e de baixo custo, mas que sejam precisas”, afirma.

A intenção da cirurgiã-dentista é prosseguir com a pesquisa quando iniciar o doutorado. “Ainda é preciso encontrar uma fórmula para os diferentes tipos de arcos dentais, porque nem sempre encontramos na população dentes alinhados. Há espaços entre eles, às vezes uns nascem por cima dos outros, então precisamos identificar medidas específicas para cada tipo”, projeta a pesquisadora que deve continuar os estudos pela FOP/Unicamp.